Pã era o deus dos bosques, dos campos e da fertilidade.
Representado por uma figura humana com orelhas, chifres, cauda e pernas de bode, trazia sempre uma flauta, a "flauta de Pã", que ele mesmo fizera, aproveitando o caniço em que se havia transformado a ninfa Siringe.
Era filho de Hermes, o deus dos mensageiros, dos ladrões e dos viajantes.
"Pã morava em grutas, vagava pelas montanhas e pelos vales e divertia-se
caçando ou dirigindo as danças das ninfas.
Pã, como os outros deuses que habitavam as florestas, era temido por aqueles cujas ocupações os obrigavam a atravessar as matas durante a noite, pois as trevas e a solidão que reinavam em tais lugares predispunham os espíritos aos temores supersticiosos. Por isso, os pavores súbitos, desprovidos de qualquer causa aparente, eram atribuídos a Pã e chamados de terror pânico ou simplesmente de pânico.
Teve muitos amores, os mais conhecidos com as ninfas Pítis e Eco, que, por abandoná-lo, foram transformadas, respectivamente, em pinheiro e em uma voz condenada a repetir as últimas palavras que ouvia.
O piloto Tamo velejava pelo mar Egeu quando, certa tarde, o vento cessou e sobreveio longa calmaria. Uma voz misteriosa chamou por ele três vezes.
Aconselhado pelos passageiros, Tamo indagou à voz o que queria, ao que esta lhe ordenou que navegasse até determinado local, onde deveria gritar: "O grande Pã morreu!".
Tripulantes e passageiros persuadiram-no a cumprir a ordem, mas quando Tamo proclamou a morte de Pã ouviram-se gemidos lancinantes de todos os lados.