Moiras

Moiras

  

Fala-se muito sobre as "escolhas" que as pessoas fazem; se coisas boas ou ruins acontecem, são por suas escolhas; que todos nós construímos e moldamos nossas vidas e destino através de nossas escolhas. Entretanto, existem inúmeros fatos que não corroboram essas afirmativas. Desde o nascimento até a morte - os dois principais pontos de não escolha - vivenciamos situações que independem de nossa vontade, tais como: poder ter ou não filhos, que estes nasçam sadios, sofrer ou não de determinadas doenças de ordem genética, etc. E, isso é o que chamamos destino ou fatalidade, que era representado na Grécia Antiga pelas três deusas Moiras (ou Parcas).

As três Moiras são: Cloto, Átropos e Láchesis.

Existia, ainda, na Grécia Antiga, outra fatalidade, a úpermoira, que era uma sina que a pessoa atraía para si em função do pecado, ou seja, era uma conseqüência do pecado. E úpermoira podia ser evitada.

Então, pode-se dizer que a fatalidade ou sina determinada pelas Moiras é uma predestinação que só pode ser enfrentada, mas não evitada. Não é determinada por boas ou más ações do sujeito ou de seus pais; não está ligada a uma vida com ou sem pecado. Já a úpermoira, sim.

Enfrentar a sina exige e desenvolve o caráter (do grego, xaracter que significa ser alguém definido), ou seja, determinados princípios a que se permanece fiel independente de confrontações. E este é o caminho para a individuação, o caminho para realizarmo-nos como indivíduos únicos.

Sendo a fatalidade inevitável, o mesmo não se pode dizer do destino pois este pode ou não ser cumprido, sendo determinado pela maneira que enfrentamos as fatalidades e fazemos nossas escolhas (caráter).

As Moiras, a que os Romanos chamaram de Parcas (parco significa economizar), nascidas da Noite no princípio dos tempos (a menos que elas não sejam o fruto da união de Zeus e da sua segunda esposa, Témis, deusa da justiça), representam na Antiguidade o destino de cada indivíduo.

Elas são as três fiandeiras. Submetidas à autoridade e ao controlo de Zeus, Cioto fabrica o fio (curso) da existência, Láquesis desenrola este fio e Átropos corta-o.

As Moiras são assistidas na sua função fatal pelas keres, as cadelas do Hades que, quando chega a última hora de um mortal, se apoderam do seu corpo para o conduzir a Pluto (deus da riqueza). Elas têm, também, um papel ativo nas batalhas, onde se alimentam do sangue dos mortos.


. Cloto, a fiandeira, tecia o fio da vida de todos os homens, desde o nascimento;

. Láquesis, a fixadora, determinava-lhe o tamanho e enrolava o fio, estabelecendo a qualidade de vida que cabia a cada um.

. Átropos, a irremovível, cortava-o, quando a vida que representava chegava ao fim.

Como deusas do Destino, as Parcas presidiam os três momentos culminantes da vida humana: o nascimento, o matrimônio e a morte.

São representadas como velhas ou, mais freqüentemente, como mulheres adultas de aspecto severo.

As três deusas que determinavam a vida humana e seu encadeamento. Conhecidas como Moiras, os Destinos repartiam para cada pessoa, no momento de seu nascimento, uma parcela do bem e do mal, embora uma pessoa pudesse acrescer o mal em sua vida por si próprio.